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VÍDEO: Rádio Táxi Coopaver completa 30 anos

Joyce Noronha


Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)
A telefonista Marcia atende as chamadas dos passageiros e passa as coordenadas ao operador Marcus Vinicius (ao fundo)

Em 1989, o trabalho dos taxistas de Santa Maria perdia força, pois as corridas eram cobradas desde o local de onde o carro saía para buscar o passageiro e mais o percurso solicitado pelo cliente. A informação é de Célio Dalla Porta, que naquele ano era presidente da Cooperativa dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários de Santa Maria (Coopaver). Ele conta que a ideia foi fundar a Rádio Táxi Coopaver, para reduzir os valores das corridas, já que o veículo enviado seria o que estava mais próximo do passageiro, e a iniciativa deu certo. Na última quarta-feira, o setor completou 30 anos de funcionamento. 

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Para montar a rádio táxi, Dalla Porta diz que se baseou nos moldes do mesmo sistema que era usado em outras cidades do Brasil, de acordo com ele, todas capitais. Foram cerca de três meses para montar a estrutura na Coopaver e nos táxis. Ele lembra que dos 213 táxis que circulavam em Santa Maria na época, apenas 40 se cadastraram para a rádio.

- Achavam que não ia dar certo. O pessoal se opôs muito, mas é assim que é com mudanças. O pessoal fica descrente. Só que depois eles viram que deu muito certo, no final do primeiro mês chegamos a 100 carros cadastrados e um registro de 10 mil chamadas - conta.

Para o ex-presidente, que é sócio fundador da Coopaver e engajado até hoje com cooperativa, a rádio táxi foi, é ainda é, muito importante para o trabalho dos taxistas.

ATUALIDADE
O atual presidente da Coopaver, Luciano Pippi Felin, concorda com o Dalla Porta e diz que, sem esta ferramenta, o serviço dos taxistas e até mesmo a cooperativa estariam comprometidos. Ele conta que, atualmente, a rádio táxi recebe, em média, 30 mil chamadas por mês para o telefone (55) 3302-4500. O que considera um número bastante significativo, já que na cidade operam dois aplicativos de serviço de transporte que, para ele, são irregulares, além dos táxis clandestinos, conhecidos como executivos. 

Felin explica que a rádio táxi funciona 24 horas por dia, com cinco operadores e três telefonistas, que revezam os turnos de trabalho. Agora, todos os 147 carros registrados na rádio são monitorados, com um rastreador, e ao chegar o pedido de uma corrida, o operador sabe qual o veículo livre está mais próximo do passageiro.

- Nós sempre dizemos que andar de táxi regularizado é uma garantia, porque temos registrado o percurso que o carro fez, as ruas que passou, em qual horário, tudo. É uma segurança para os taxistas e para os clientes - opina o presidente da cooperativa.


Um taxista cadastrado na rádio, como Nei (foto), é acionado e faz a corrida com informações passadas pela central

O taxista Nei Moura de Olivar, 54 anos, reforça a importância da rádio táxi para o trabalho dos motoristas e conta que 80% das corridas que faz, por dia, são repassadas pela central. Ele diz que a rádio é uma ferramenta de trabalho, mas que às vezes ocorrem momentos de descontração entre os colegas, sem deixar de serem responsáveis e sérios.

COOPERATIVA VAI LANÇAR APLICATIVO PARA USUÁRIOS CHAMAREM TAXISTAS
Assim como há 30 anos, Luciano Pippi Felin achou necessário modernizar a forma de trabalho da cooperativa para seguir competindo no mercado. Ele planeja lançar, em até dois meses, o aplicativo da Coopaver para que os clientes solicitem as corridas.

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Felin destaca que a Rádio Táxi Coopaver seguirá em funcionamento até porque o foco do app é buscar uma gama de clientes que não tem o costume de usar o telefone para ligar: os jovens.

- O pessoal mais novo costuma estar com o celular sempre à mão, mas poucos usam para fazer ligações hoje em dia. Estamos na era que tudo se resolve com aplicativos, então, vamos lançar o nosso para trazer esse público mais próximo da gente - diz.

E como foi com a instalação da rádio táxi, o presidente conta que a aceitação entre a categoria ainda é pouca, mas avalia que será apenas uma questão de tempo até os taxistas perceberem o benefício da nova ferramenta. Ele explica que o app deverá mostrar o trajeto que o taxista faz, bem como a estimativa de preço da corrida e o tempo que o motorista deverá levar para chegar ao local em que está o passageiro.

O ex-presidente da Coopaver Célio Dalla Porta reforça que a situação foi semelhante com a implementação da rádio táxi, mas vê com bons olhos a novidade prevista pela presidência.

- O aplicativo vai ser para os jovens e a rádio táxi vai seguir para os mais veteranos, como eu - diz, aos risos.

O TRABALHO NA CENTRAL RENDE HISTÓRIAS
Há cinco anos, Marcia Costa, 51, atende ligações da Rádio Táxi Coopaver e diz que trabalhar como telefonista no setor é muito gratificante, mas também uma grande responsabilidade, porque é preciso ter agilidade. Ela diz que quem pede um táxi "é porque tem pressa", então busca ser gentil, mas rápida nos atendimentos. 

Marcia conta que o trabalho é agitado e que, dependendo do dia, chega a atender quatro ligações por minuto, o que pode resultar em até 600 ligações por turno. A rapidez dela chega a assustar alguns passageiros:

- Às vezes a pessoa liga de novo para perguntar se eu entendi tudo que ela disse - conta, aos risos.

Além dos passageiros que querem certificarem-se que receberão um táxi, a telefonista também diz que é comum atender pessoas que apenas querem conversar, perguntar de conhecidos que são taxistas, ou contar alguma situação. Esses, na opinião dela, são os casos mais delicados, porque ela zela pela educação, mas sabe que outros clientes aguardam atendimento.

LOCALIZAÇÃO
O operador Marcus Vinicius Gama Soares, 32 anos, diz que às vezes as pessoas não entendem que a rádio táxi fica na Coopaver e que o taxista não sai da sede.  

- Ligam, pedem pelo motorista X do ponto tal e quando eu digo que estou na Coopaver a pessoa diz que quer cancelar a corrida porque a cooperativa é muito longe de onde ela está... Enfim, vai uma conversa até o cliente entender - relata.

Soares, além de ser operador, trabalhou como taxista por dois anos, então, diz entender como a comunicação entre central e os carros é importante para que o trabalho flua da melhor maneira possível.

EM IMAGENS
A inauguração da Rádio Táxi Coopaver, em 30 de janeiro de 1989, foi acompanhada pela mídia e teve a presença de representantes do Executivo, do Legislativo e da Brigada Militar. O ex-presidente e o atual abriram o álbum de recordações para do Diário:


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